A ideia é analisar todos os aspectos, desde a detecção de um conteúdo irregular até a tomada de decisão sobre o que fazer em relação a ele e seu autor. Os legisladores franceses desejam avaliar como funciona o sistema de denúncias do Facebook, de que maneira as postagens problemáticas são identificadas e o que, exatamente, é considerado como tal ou não pela rede social.
Além disso, o objetivo da investigação é avaliar o que acontece quando um conteúdo é retirado do ar e, principalmente, se tais medidas, muitas vezes, não podem ter o efeito contrário, amplificando o compartilhamento de publicações “censuradas”. O governo francês afirma, ainda, que vai aplicar conjuntos de dados com determinados alinhamentos ao jugo dos algoritmos, de forma a entender se existem visões enviesadas em sua programação ou se eles são efetivamente eficazes.
A medida é, também, o primeiro passo na já citada reaproximação entre o Facebook e órgãos governamentais. A colaboração é citada como sem precedentes e foi anunciada nesta segunda-feira (12) por Nick Clegg, ex-vice-primeiro ministro do Reino Unido e atual diretor de assuntos globais da rede social. Os trabalhos de colaboração, entretanto, iniciaram em maio, durante encontros entre executivos da empresa e representantes do governo francês.
A iniciativa também tem a ver com esforços do próprio Emmanuel Macron, que deseja revisar a regulação de tecnologia no país. Na visão dele e de seus aliados políticos, os mecanismos em vigor atualmente não são mais adequados à evolução da rede e cooperações como a firmada agora com o Facebook permitem que o governo não apenas crie novas políticas, mas também tenha a abertura necessária para se certificar de que as empresas estão agindo da maneira correta.
Entre os envolvidos no inquérito informal estão reguladores de telecomunicações, mídia, tecnologia e representantes da própria administração da França. Todo o processo começa nos primeiros meses de 2019 e não tem data para acabar, com o Facebook dizendo estar interessado não apenas na transparência de seus sistemas, mas também em participar da construção de normas que afetarão sua atuação de maneira direta no futuro.
Fonte: Techcrunch